quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Barroco na pintura

J. Vermeer, Alegoria da Pintura ou a Arte da Pintura


Diego Velázquez, Los Borrachos ou O Triunfo de Baco
Caravaggio, Judith degola Holofernes (pormenor)

Procurem a obra de onde foi extraído este pormenor, investiguem a história e identifiquem técnicas usadas pelo artista.


Caravaggio

Pintor italiano, Michelangelo Merisi ficou conhecido como Caravaggio, o nome da aldeia onde nasceu em 1573, situada perto de Milão. Aluno de Simone Peterzano, influenciado por Ticiano, partiu depois para Roma, onde começou por trabalhar para o Cavaliere d'Arpino, um pintor maneirista. Nos primeiros trabalhos reflecte-se desde logo a preocupação pelo jogo do claro-escuro, um elemento que viria a definir a sua arte. O Tocador de Alaúde e A Cigana que prevê o Futuro contam-se entre os trabalhos desta época, encomendados pelo Cardeal Francesco del Monte. A maturação do seu estilo começou com a decoração de uma capela em S. Luigi dei Francesi, em Roma, que provocou controvérsia. Os modelos das suas composições eram figuras vulgares, camponeses e membros das classes mais baixas. O realismo, a ousadia, a originalidade com que representava cenas religiosas levou à rejeição da obra pelo clero. A versão finalmente aceite de S. Mateus e o Anjo data de 1599. As primeiras versões de O Martírio de S. Pedro e A Conversão de S. Paulo, pintadas na capela de Santa Maria del Popolo em 1600, foram igualmente rejeitadas. A irreverência que caracterizava a sua obra fazia igualmente parte do seu carácter. Turbulento e desordeiro, viu-se obrigado a fugir à justiça em 1606, partindo para Nápoles. O seu périplo, assinalado por disputas e vinganças, conduziu-o de Nápoles a Malta, depois à Sicília e novamente a Nápoles, onde foi gravemente ferido. Acabou por morrer, em 1610, num pequeno porto toscano com um ataque de malária, contraída durante uma passagem pela prisão local, vítima de um mal-entendido. As últimas obras, realizadas em Malta e na Sicília, acentuam a simplicidade das formas e o poder dramático criado pelo contraste entre a luz e sombra. A sua influência é sobretudo assinalável nos artistas flamengos e holandeses, o que inclui Rubens e até Rembrandt e os pintores da escola de Utrecht.
Informação recolhida pela Sarah Lemonnier do 11º k

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Quem não lê, não quer saber; quem não quer saber, quer errar."
Padre António Vieira (1608 - 1697)

A Companhia de Jesus


Retrato de Padre António Vieira, autor desconhecido, século XVIII
Companhia de Jesus

A 15 de Agosto de 1534, acompanhado de seis discípulos, Inácio de Loyola, espanhol, figura de grande dimensão espiritual e humana, pronuncia em Montmartre (Paris) votos de pobreza e castidade, formando um novo instituto religioso, a Companhia de Jesus. Mais tarde, em Roma, submetem-se ao serviço da Santa Sé. O papa Paulo III aprova a nova Ordem em 1540, mediante a apresentação por Inácio do esboço de uma regra, designada Formula Instituti.
O lema da nova congregação é "defender e proteger a fé", visando-se o progresso espiritual dos fiéis. Para isso acentua-se o apostolado sacerdotal, caracterizado por uma grande mobilidade e capacidade de adaptação dos seus membros às contingências do mundo exterior. Para além dos três votos solenes (pobreza, castidade e obediência), alguns jesuítas pronunciam um quarto, o de obediência especial ao papa como chefe da Igreja e vigário de Cristo. Com uma hierarquia centralizadora, a Ordem é governada por um prepósito geral (cargo máximo dos jesuítas), eleito pela Congregação Geral, única e plena autoridade legislativa. A estrutura da Companhia é composta por noviços, coadjutores espirituais e professos.
A defesa da reforma católica por teólogos jesuítas no Concílio de Trento (1545-1563) demonstra bem o contexto da época em que nasceu a Companhia de Jesus: a Contra-Reforma católica em oposição à Reforma Protestante encetada por Lutero em 1527. Combater a Reforma e formar teólogos e padres capazes de combater as novas adversidades do século XVI são alguns objectivos que norteiam a aprovação papal das propostas de Sto. Inácio. Canisius e Acquaviva são alguns dos grandes nomes jesuítas desses tempos conturbados.
A Companhia consegue também delinear uma espiritualidade própria, com a contemplação no mesmo plano que a meditação, a par do exame de consciência. Criam-se, ao mesmo tempo, por toda a Europa e Índia, estabelecimentos pedagógicos da Ordem, gratuitos no início, direccionados quer para a formação do clero quer para a educação e apostolado dos jovens. Em 1600, contavam-se já 245 colégios; 444 em 1626.
A tarefa missionária dos Jesuítas é deveras importante, tal como o combate à Reforma Protestante e a reforma e instrução do clero. Várias missões são empreendidas pela Companhia em toda a América, especialmente nas colónias espanholas, no Brasil, e no Canadá francês (onde sucede o martírio de S. João Brébeuf em 1649).
Na América Latina, face à brutalidade dos colonos sobre os Índios e à constante mobilidade das populações, os Jesuítas concebem as chamadas reduções, áreas onde os nativos eram agrupados sem qualquer sujeição à apropriação por parte dos colonos. Os Jesuítas davam-lhes formação religiosa e instalavam-nos em aldeias geridas por um sistema comunitário no qual os Índios participavam. A maior delas, a República dos Guaranis, fundada em 1609 no Paraguai, durou 150 anos até ser destruída pelos colonos. Também na China os missionários M. Ruggieri (1543-1607) e Matteo Ricci (1522-1560) enraizaram um Cristianismo adaptado às tradições e cultura locais, experiência lúcida que contudo originou algumas discussões na Companhia de Jesus, acerca, por exemplo, da cristianização do culto chinês dos antepassados.
Também em Portugal, e nomeadamente na missionação, os Jesuítas desempenharam um papel de relevo desde a sua instalação em Lisboa em 1540. Tendo sido Portugal a sua primeira província e um dos balões de ensaio para a experiência apostólica da Companhia, rapidamente se radicaram e cresceram entre nós os Jesuítas, quer no continente quer no ultramar. Em 1600 eram mais de 600, com uma universidade, colégios, hospitais, seminários e asilos por todo o País, com os seus membros rodeando as mais altas figuras da Nação, sobre os quais exerciam enorme influência. O seu projecto e métodos de educação e ensino dominavam quase todo o ensino normal em Portugal. Combatiam também as heresias e os cristãos-novos, aliando-se a princípio à Inquisição e ao clero secular. Atingiram grande poderio e riqueza.
Na Índia e no Brasil empreenderam um esforço de missionação notável, assumindo-se como grandes difusores da cultura portuguesa e da nossa língua, para além da obra apostólica e artística. S. Francisco Xavier, José de Anchieta, Padre António Vieira, Manuel da Nóbrega, para além de muitos outros, missionários e exploradores, são algumas das figuras cimeiras dos Jesuítas em Portugal.
O século XVII é marcado, na história da Companhia, por tentativas de reforma tendentes sobretudo a suprimir o carácter hierárquico da estrutura e o governo vitalício. Intrigas e cabalas são tentadas, com o papa a resolver as contendas. Tudo isto demonstra a vitalidade e o poder atingidos pela Ordem ao fim de um século de vida. Passada esta fase agitada, a Ordem conhece um desenvolvimento e expansão vigorosos.
Porém, o advento do Iluminismo, com as suas exigências racionalistas e a implantação de uma noção de Estado, origina mudanças de fundo na Companhia de Jesus. O seu sucesso e elevado número de colégios constitui, aos olhos dos seus velhos inimigos, um grande obstáculo à difusão dos ideais iluministas e das "luzes" da Razão.
Simultaneamente, fortes tensões desencadeiam-se no seio da Ordem, com a sua divisão em várias sensibilidades, o que dificulta a sua defesa das ofensivas do exterior, a cair já num plano político, com difamações e ataques violentos. A forte ligação dos Jesuítas ao papa constitui um dos alvos preferenciais dos enciclopedistas e filósofos nos ataques à Companhia.
Neste clima agressivo, a Companhia mantém a sua actividade cultural e educacional, a par do apostolado. O grande monumento de erudição hagiográfica - as Acta Sanctorum - é publicado em 1643 por Jean Bolland.
Contudo, o século XVIII constitui o cenário de uma maior amplitude e gravidade no conflito entre os Jesuítas e o mundo intelectual da época. Começam, então, as expulsões da Companhia em vários países, cada vez mais influenciados por governantes "esclarecidos" (homens das "Luzes"). A primeira de todas ocorre em Portugal, em 1759, culminando uma perseguição por parte do Marquês de Pombal. Luís XV, em França, em 1764, condena a Ordem como "contrária ao direito natural". Em 1767, são expulsos de Espanha por Aranda, ministro de Carlos III. O golpe final será dado pelo papa Clemente XIV, que suprime a Companhia, em1773, da Igreja Católica.
Porém, alguns conseguem refugiar-se na Rússia, apoiados por Catarina II, mantendo viva a chama do projecto de Sto. Inácio de Loyola. Daí se espalham novamente pelo mundo a partir de 1814, quando o papa Pio VII restaura a Companhia. De 600 membros nessa data, o seu número nunca mais pára de crescer, tornando-a na maior Ordem religiosa católica (36 000 em 1974), mau grado outras perseguições de que é alvo, como em França (1905), no México, na Alemanha (nas Guerras Mundiais) e na Espanha (na Guerra Civil).
Em 1833 as missões são reiniciadas, graças ao vigor do prepósito geral Roothaan, partindo da Europa para as regiões missionárias tradicionais, adaptando-se, vigilantemente, às condições locais. A América foi uma das regiões privilegiadas, uma vez mais, como também a Índia e o Extremo Oriente, regiões donde provêm, actualmente, muitos dos efectivos da Companhia, que conta actualmente cerca de 24 000 em mais de 120 países. Portugal é um desses países, o mais antigo mesmo, pois foi entre nós que se fundou a primeira província (1546) da Companhia e um dos seus primeiros colégios (Colégio de Sto. Antão, em Lisboa), para além de um dos companheiros mais chegados de Sto. Inácio ser português, o Pe. Simão Rodrigues. Aqui se escreveram também muitas das páginas mais importantes da história dos Jesuítas, para além da contribuição, entre outras, por eles dada para a arquitectura portuguesa (como noutros países do sul da Europa), nomeadamente no que concerne ao denominado "estilo jesuítico", expressão própria do barroco, que eles ajudaram a difundir. A Companhia foi restaurada em Portugal no século XIX pelo Pe. Carlos J. Rademaker, no Colégio de Campolide.
In Infopédia. Porto Editora, 2003-2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Anúncio Publicitário

A propósito da presença do Inglês nos slogans de muitas marcas, referimos na aula que em muitos produtos é essencial utilizar a Língua Materna para abranger todas as camadas sociais.

http://www.youtube.com/watch?v=ycv09hF1L8w

Texto Publicitário

AS FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

INFORMAÇÃO – recolha e tratamento de dados;
– garante a liberdade de expressão.
PERSUASÃO – ligado ao controlo social, isto é, as actividades colectivas e sua organização.
EDUCAÇÃO – ligada à herança cultural; a informação tem de ser fiel aos seus objectivos para poder fomentar a curiosidade pelos problemas; a educação leva à compreensão e à tomada de consciência dos cidadãos.
SOCIALIZAÇÃO – destina-se a facilitar a participação dos homens na vida pública. A difusão das informações leva à interacção social e consequente participação activa na solução dos problemas.
DISTRACÇÃO – Tempos livres; tem a ver com o contexto cultural e desenvolvimento económico dos indivíduos.

O TEXTO PUBLICITÁRIO

A publicidade “exprime, difunde e reforça a ideologia da sociedade de consumo” porque tende a fazer comprar por todos o mesmo produto, destrói a originalidade de cada um para os tornar semelhantes pela compra; porque se interessa apenas pelo objecto, reduz o “ser” do homem ao “ter”.
Assim, massifica, aliena, manipula, utilizando de forma indiscriminada e nunca inocente as mais diversas motivações com um único objectivo – tornar o consumidor vulnerável para a aquisição do objecto, despojando-o do sentido crítico, da individualidade, da capacidade de optar segundo os seus gostos, vontades e necessidades reais.
Para tal, não hesita em recorrer ao erotismo, violência, conceitos machista e/ou racistas.

Marketing – o estudo das actividades comerciais que, a partir das necessidades e da psicologia do consumidor, dirige os produtos, adaptando-os (por exemplo, a cor de uma embalagem) para o seu melhor mercado.

A publicidade está ligada aos media por um duplo aspecto; é, em si própria, um meio de difusão de massa, desempenha uma influência notável sobre os outros media que utiliza.
Considera-se:
quem diz – a publicidade como profissão/organização e a sua história;
o quê – a mensagem publicitária;
a quem – o objectivo da publicidade, o seu público;
como – a execução da campanha publicitária e os seus mecanismos psicológicos;
com que efeito – o efeito da publicidade (económico, sociológico, ...)

1. SLOGAN – palavra escocesa; é um grito de guerra lançado por uma marca durante as campanhas publicitárias.
· Proclama o aspecto do produto que é importante.
· Tem a ver com o período da publicidade sensível à atenção, ao choque e memorização (curto, penetrante).
· Usa aliterações, jogos de palavras, frases célebres.

2. FUNÇÃO DA PUBLICIDADE – seduzir, fazer escândalo, argumentar.
Deve atrair o tempo necessário para conservar a atenção do consumidor.
O domínio da imagem (elementos gráficos, icónicos).

3. MENSAGENS DA PUBLICIDADE
1ª - mensagem literal ou denotada (é o que se vê em 1º lugar);
2ª - mensagem associada ou conotada (o conjunto de sentidos mais longínquos); encontra-se difusa em toda a imagem, não é analógica, mas sugestiva. A ligação entre significante e significado que passa pelas associações características da cultura de massa;
3ª - mensagem declarada ou referencial (é a marca ou o próprio produto).
4. OBJECTIVOS DA PUBLICIDADE:

A (atenção) I (interesse) D (desejo de comprar) [M (memorização)] A (acção de comprar)

5. TÉCNICA DA PUBLICIDADE
Meios: televisão, internet, rádio, imprensa escrita, inscrições, cartaz, slogan, ↓ anúncio, folheto, catálogo, acção pessoal (relações públicas),…
Mensagem: linguagem do cliente, palavras-cheias e facilmente memorizáveis, ↓ concisão, dinamismo.
Comunicar → informar → convencer

6. SENTIMENTOS NA PUBLICIDADE: afectividade, ambição, amor-erotismo, vaidade, curiosidade, felicidade, gula, humor, prazer,…

7. A MULHER E A PUBLICIDADE
Duas qualidades são atribuídas e exigidas: deve ser bela no ser e útil no fazer.
Beleza: cosméticos, perfumes, tratamentos de perda de peso, roupa, sapatos, fatos-de-banho. A figura perfeita que deve agradar aos homens.
Utilidade: esposa-mãe tradicional. Preocupação (neurótica) de limpeza, chão brilhante, roupa super-branca, competição com vizinhas e amigas.
(Anúncio de casamento: homem oferece carro, casa, boa situação social e económica. Boa apresentação, afectividade e educação. Mulher, exige-se educação, boa dona-de-casa, honesta, séria, boa apresentação, simpática, simples, afectiva, alegre.)

8. PUBLICIDADE COMO AGENTE E COMO ESPELHO SOCIAL
Agente porque molda os gostos e opiniões e produz parte da ideologia.
Espelho porque, para reproduzir os efeitos desejados, tem de jogar com as tradições, mitos e referências culturais, religiosas e afectivas dominantes na sociedade (no agregado social).

MARCAS DA LINGUAGEM PUBLICITÁRIA
- Predomínio da função apelativa; abolição da sintaxe;
- monopólio da palavra; tautologia;
- hipérbole; discurso totalizante de pormenores;
- paradoxo da conjunção dos incompatíveis ou identidade dos contrários;
- ausência de verdade ou falsidade.

TIPOS DE PUBLICIDADE
· Privada (automóveis, perfumes,...)
· Colectiva (sem marca específica – os ovos)
· Associativa (centro comercial)
· Comunitária (educativa, anti-álcool, sida, rodoviária)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
· Valor publicitário (atenção do consumidor, compreensão, credibilidade, interesse).
· Valor estético (imagem, texto).
· Valor moral (persuasão ou não, benéfico ou nocivo).
· Valor cultural (museus, outros anúncios).

Para realizar um trabalho:
Analise o seguinte anúncio publicitário, tendo em conta:
- os campos que ele abrange,
- a(s) mensagem(ns) que transmite,
- os meios a que recorre,
- os objectivos que pretende,
- os sentimentos que desperta,
- a linguagem que utiliza,
- as funções da linguagem.

(campos de análise: sinta-se 8x4; faça férias portuguesas; nasce leve e pura, bebe-se pura e leve, novo isqueiro bic, a sua mão sentirá a diferença; a 140 Km/h vai-se mais depressa num Renault Laguna; 3 lâminas numa; Petróleo de Portugal ao serviço dos Portugueses.)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Texto Argumentativo

Textos de estrutura complexa (resultam da necessidade de informar, mas também de seduzir, convencer):
· Textos de crítica de espectáculos, de exposições.
· Dissertação (confrontação e refutação).
É necessário expor o assunto, argumentar sobre e defender uma opinião.
Exige a estrutura do comentário:
- introdução │ (articuladores
- desenvolvimento │ do
- conclusão │ discurso)
O assunto deve ser delimitado e equilibrado para que a argumentação não se torne longa, difícil e com imprecisões.
TEXTO INFORMATIVO – EXPOSITIVO
Tem a finalidade de transmitir informações e indicações que digam respeito a factos concretos e referências reais. É bastante objectivo e é capaz de apresentar e explicar assuntos, situações e ideias. No tratamento de um texto informativo-expositivo merecem atenção os factos, a sequência lógica ou cronológica, a explicação e a justificação baseada em documentos.
Na contracção do texto, interessam a apreensão das ideias essenciais e a compreensão da sua estrutura lógica.
TEXTO EXPOSITIVO – ARGUMENTATIVO
Procura defender uma tese, apresentando dados e observações que a confirmem. Deve expor com clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião sobre o tema.
Este discurso, onde se valoriza a capacidade de apreensão, de construção e de expressão de argumentos, é constituído por uma ideia principal confirmada por dados e razões que defendem a opinião emitida. Consente, por isso, a possibilidade de se polemizar em torno de uma questão e de se recorrer a outros referentes como suporte da estratégia de argumentação.
Sugere-se que na sua construção se procure ser concreto e objectivo, evitando pormenores desnecessários, que se faça a apresentação de raciocínios correctos e claros, incidindo no que é importante e que se evite a utilização de argumentos pouco explícitos.

TEXTO ARGUMENTATIVO

· Partes constitutivas do texto argumentativo:
Tema – assunto;
Tese – opinião defendida e outras teses possíveis
Argumento – provas utilizadas para defender uma tese e invalidar as outras.
Exemplo – casos concretos que sirvam para ilustrar o argumento.
· Tipos de raciocínio:
Raciocínio dedutivo – vai-se do geral para o particular.
Raciocínio indutivo – parte-se de exemplos particulares para formular uma lei geral.
Raciocínio concessivo – concede-se uma parte à tese contrária com o intuito de reforçar a nossa posição.
· Tipos de argumento:
Argumento “a contrario” – mostra que a tese contrária leva a consequências absurdas
Argumento de autoridade – opinião de uma personalidade digna de crédito
Argumento “ad hominem” – ataque à personalidade do adversário
· Objectivos deste tipo de texto:
Delectare – movere – docere
Delectare > mouere > docere
Agradar – seduzir – atrair > agitar, pôr em movimento > Ensinar
· Por isso é importante cativar o auditório:
Captatio benevolentiae Emocionar, impressionar,
Perturbar, levar a

Estrutura do texto argumentativo:
Introdução
Exposição do tema;
Enunciação do ponto de vista que se vai defender e como se vai fazê-lo
Desenvolvimento
· Argumentos a favor e contra
· Exemplos
· Referência a autores, experiências ou estudos
Conclusão
· Reforço do ponto de vista
· Síntese
· Antecipação do que vai acontecer
· Formulação de um apelo motivador
Fases da produção do texto
· Estudar o tema ou o assunto;
· Construir um plano
· Redigir o texto
· Rever e aperfeiçoar o texto;
· Decidir a forma de apresentação do texto em função do objectivo pretendido.


Textos de estrutura simples (resultam da contracção de outros textos):
· Contracção de texto informativo-expositivo e expositivo-argumentativo.
· Resumo do texto de opinião.
· Síntese do texto expositivo-argumentativo.
· Relatório.

O RESUMO
Procura exprimir apenas o assunto essencial.
Apenas se devem reproduzir as ideias essenciais que o autor exprimiu. Não deve ultrapassar ¼ da extensão do original.
Para se fazer um resumo de opinião, convém fazer o levantamento da ideia central e das opiniões que veicula e destacar as articulações entre as várias ideias.
(O resumo exige 2 ou 3 leituras do texto.)
A SÍNTESE
Embora se aproxime do resumo, pode assumir um carácter mais apreciativo.
Deve ter cerca de 1/3 do original.
Para se fazer a síntese, é preciso detectar a tese defendida com os dados que suportam a sua validade.
A construção de um parágrafo expositivo-argumentativo pode ser a solução para fazer uma síntese.
O RELATÓRIO
É uma exposição escrita de factos, mas acrescenta elementos de análise e de apreciação crítica.
É o documento final de um trabalho, apresenta uma informação que deve ser global e coerente, capaz de permitir tomar decisões correctas. Daí ter de ser elaborado com cuidado, clareza e exactidão.
Deve ter 3 partes:
1. introdução e um sumário onde se dão indicações sobre o objecto e as finalidades do relatório, a sua ideia central e principais subdivisões;
2. desenvolvimento ou corpo do relatório, onde, numa sequência lógica haverá uma parte descritiva com os assuntos, o contexto e possíveis experiências; uma parte crítica com uma análise dos factos através de argumentos precisos, e uma parte conclusiva com a enunciação dos resultados e as conclusões a que se chegou;
3. incluem-se os apêndices com as notas, referências com as notas, referências e ilustrações do conteúdo central.
No início deve haver uma página com informações sobre: título, autor, data, e outra página com o índice.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O início do ano lectivo...

Júlio Pomar, Pássaro