domingo, 20 de dezembro de 2009

No final do 1º Período

Graça Morais, O Sagrado e o Profano - O interdito transformado

Temos andado em “banho-maria” com o blogue, mas não nas aulas.
Fiquei radiante com o que aprendi convosco nestas exposições orais, muito orgulhosa com o esmero que muitos de vós mostraram no trabalho e com a excelente postura com que o apresentaram.
Com participações assim, a nossa escola estará sempre no caminho certo.
Vamos aguardar pelo envio de trabalhos, para mostrar, e recordar, alguns dos momentos que tivemos em sala de aula...
Em jeito de Boas Festas, deixo-vos um trabalho com um título de que gosto bastante.



segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Concluindo a Unidade Temática


Acabámos a análise do "Sermão de Santo António aos Peixes", fizemos teste, corrigimo-lo e encerramos aqui esta Unidade Lectiva com um desenho da vossa colega Rita Duarte do 11ºF.




quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A repreensão aos voadores

Rubens, A Queda de Ícaro, séc. XVII



Na aula de hoje, lemos e analisámos os defeitos dos peixes voadores.
A esse propósito, Padre António Vieira lembrou-nos outros "voadores".
O vosso colega Gonçalo Carvalho, do 11º F, redigiu um pequeno texto sobre um deles.

O mito de Ícaro e factos relacionados

Minos, o rei de Creta, castigou Ícaro e seu pai Dédalo, aprisionando-os dentro do labirinto por este criado, devido ao facto de Teseu ter conseguido de lá se evadir após ter entrado e morto o Minotauro (touro de Minos).

O Minotauro (criatura com corpo de homem e cauda e cabeça de touro) nasceu fruto de um castigo divino dado por Poseidon, deus dos mares, a Minos, por este não ter cumprido a sua parte no contrato estabelecido entre ambos, em que Poseidon lhe concederia a coroa de Creta a troco de o recém-coroado rei lhe sacrificar um touro branco saído do mar, tendo este tentado enganá-lo, sacrificando-lhe um vulgar touro, para poder ficar com o magnífico animal.
Poseidon fez com que Pasífae, a esposa de Minos, ficasse grávida do touro branco, dando à luz o Minotauro. Horrorizado com a abominação, Minos pede a Dédalo, arquitecto de grande renome, que construa um labirinto destinado a encarcerar o Minotauro, sem qualquer possibilidade de fuga.

Como vingança pelo seu filho morto pelos atenienses, e após a vitória sobre estes, Minos ordena que todos os anos sete rapazes e sete raparigas atenienses, sejam entregues ao Minotauro para por ele serem devorados. Ao terceiro ano, Teseu oferece-se voluntariamente, com o propósito secreto de matar o monstro. Ariadne, filha de Minos, enamorada de Teseu, oferece-lhe um novelo de linha de costura (actualmente conhecido como Fio de Ariadne), que o possa guiar na saída do labirinto. Teseu consegue vencer o Minotauro e escapa do labirinto com vida.

Uma vez encarcerados dentro do labirinto, Dédalo e Ícaro, constroem com penas e cera de abelha, dois pares de asas com que possam sair da sua prisão. Antes de levantarem voo, Dédalo alerta Ícaro para que não voe muito alto, para que o calor do Sol não derreta a cera, mas este, entusiasmado, durante o voo sobe mais e mais alto e, aproximando-se do Sol, as suas asas derretem, e ele cai sobre o mar Egeu, onde tem fim a sua vida.

Com pesquisa nos endereços:

http://mitologia.blogs.sapo.pt/54997.html

http://www.suapesquisa.com/musicacultura/minotauro.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Minotauro

As repreensões aos peixes...

"Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos."

Pieter Brueghel, séc. XVI
Pintor flamengo. Conhecido como Brueghel, o Velho, para o distinguir do seu filho, também pintor. Estuda em Antuérpia com um mestre, mas de imediato cria um estilo próprio caracterizado pela abundância de colorido. Os seus quadros, de costumes na sua maioria, reflectem a vida quotidiana da sua época e, ao mesmo tempo, pretendem interpretar a realidade, umas vezes com profundidade e outras de maneira anedótica, As suas obras estão repletas de pequenos pormenores reais e oníricos. Por outro lado, o conjunto da sua produção reflecte, de modo inevitável, as atribulações de uma época de confusão e de mudanças marcada pelas guerras de religião. Está considerado como o iniciador da escola flamenga que domina o mundo da pintura europeia durante parte do século xvi e no xvii. Entre as suas obras há que citar O Triunfo da Morte, A Parábola dos Cegos e A Torre de Babel.
Os seus filhos, Jan e Pieter, continuam o estilo do seu progenitor, acrescentando uma pormenorização mais denunciada e uma profusão de formas mais limitada.
in http://www.vidaslusofonas.pt/pieter_brueghel.htm
Informação recolhida pelo Gonçalo Carvalho do 11ºF

domingo, 1 de novembro de 2009

O Barroco na música

http://www.youtube.com/watch?v=_FXoyr_FyFw

Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian Bach (Eisenach, 21 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750) foi um organista e compositor alemão do período barroco. Mestre na arte da fuga, do contraponto e da música coral, ele é um dos mais prolíficos compositores da história da música ocidental.

Devoto admirador de Dietrich Buxtehude, Bach é tido como o maior compositor do Barroco e, por muitos, o maior compositor da história da música, ainda que pouco reconhecido na altura em que viveu. Muitas de suas obras reflectem uma grande profundidade intelectual, uma expressão emocional profunda e, sobretudo, um grande domínio técnico em grande parte responsável pelo fascínio que diversas gerações de músicos demonstraram pelo Pai Bach, especialmente depois de Felix Mendelssohn que foi um dos responsáveis pela divulgação da sua obra, até então bastante esquecida.

Posteriormente, Hans von Bülow faz referência a Bach como um dos "três bês da música" (Bach, Beethoven, Brahms), considerando o seu Cravo Bem Temperado como o Antigo Testamento da Música.
Informação recolhida pela Sarah Lemonnier do 11º k


http://www.youtube.com/watch?v=nGdFHJXciAQ


http://www.youtube.com/watch?v=WlURvraEmeY

A Inquisição


A Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício, surgiu na Idade Média, criada pelo papa Gregório IX, no século XIII, como "instituição permanente e universal, confiada a religiosos na dependência directa da Santa Sé". Destinava-se a combater várias heresias que punham em causa a legitimidade tanto do poder eclesiástico como do poder civil.
Este tribunal instalou-se na Espanha, Alemanha, França, confiado aos dominicanos ou aos franciscanos. Os suspeitos eram interrogados para se obter a prova de culpa, ou através de testemunhas, cuja identidade era mantida secreta, ou por meio de confissão dos próprios, que podia ser obtida através de torturas. A sentença era dada em sessão solene pública, a que se deu o nome de auto-de-fé. As sentenças podiam ser morte ou prisão, penitências e apreensão de bens. Na Península Ibérica, a Inquisição vai mais além e vai passar a perseguir os cristãos-novos, os judeus e os protestantes. Passou a ser um instrumento ao serviço do poder instituído e contra qualquer ameaça a esse poder.
A Inquisição foi introduzida em Portugal no reinado de D. João III, em 1536, após hesitações da Santa Sé. É que já D. Manuel I, em 1515, pedira a instalação da Inquisição. Só com D. João III e após vários anos de negociações é autorizada a introdução da Inquisição em Portugal, que, como em Espanha, fica sob a alçada do rei. O inquisidor-geral era nomeado pelo papa sob proposta do rei, daí ter sido exercido o cargo por pessoas da família real. O inquisidor-geral nomeava os outros inquisidores. Havia tribunais em Lisboa, Coimbra, Évora.
A actuação do tribunal, para além do que se relacionava com a fé e a prática religiosa, estendeu-se a outras áreas, como censura de livros, adivinhação, feitiçaria, bigamia. A acção de censura aos livros vai ter enorme influência na nossa evolução cultural. Ou seja, a Inquisição, originalmente vocacionada para ter uma acção religiosa, passa a ter influência em quase todos os outros sectores: político, cultural e social. O modo de actuação era o mesmo: o suspeito ou acusado enfrentava denúncias de pessoas desconhecidas, ele próprio podia delatar outras pessoas, e essa confissão podia ser obtida por meios de tortura física ou mental. As penas podiam ser, como na Idade Média, de carácter espiritual, de prisão, de vexame público, perda de bens e condenação à morte pelo garrote ou pelo fogo.
A força que a Inquisição tinha gerou vários conflitos, quer com o rei, quer com os Jesuítas, que foram seus oponentes. É que os reis, a troco de elevadas quantias, foram concedendo melhores garantias aos cristãos-novos e judeus, tendo D. João IV decretado a suspensão do confisco de bens.
É com D. João V que a Inquisição atinge a sua época áurea, pois a partir daí as críticas à sua acção tornam-se cada vez mais intensas, através de Luís da Cunha, Ribeiro Sanches, Alexandre de Gusmão.
Com o Marquês de Pombal, a Inquisição passa a ser igual a qualquer outro tribunal régio, deixando de efectuar a censura da imprensa, ao mesmo tempo que se aboliu a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos. Com estas medidas, o Tribunal do Santo Ofício perdia toda a sua importância, até que veio a ser extinto em 1821.
In Infopédia. Porto Editora, 2003-2009.
Informação recolhida pelo Diogo Branco do 11ºk

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Barroco na pintura

J. Vermeer, Alegoria da Pintura ou a Arte da Pintura


Diego Velázquez, Los Borrachos ou O Triunfo de Baco
Caravaggio, Judith degola Holofernes (pormenor)

Procurem a obra de onde foi extraído este pormenor, investiguem a história e identifiquem técnicas usadas pelo artista.


Caravaggio

Pintor italiano, Michelangelo Merisi ficou conhecido como Caravaggio, o nome da aldeia onde nasceu em 1573, situada perto de Milão. Aluno de Simone Peterzano, influenciado por Ticiano, partiu depois para Roma, onde começou por trabalhar para o Cavaliere d'Arpino, um pintor maneirista. Nos primeiros trabalhos reflecte-se desde logo a preocupação pelo jogo do claro-escuro, um elemento que viria a definir a sua arte. O Tocador de Alaúde e A Cigana que prevê o Futuro contam-se entre os trabalhos desta época, encomendados pelo Cardeal Francesco del Monte. A maturação do seu estilo começou com a decoração de uma capela em S. Luigi dei Francesi, em Roma, que provocou controvérsia. Os modelos das suas composições eram figuras vulgares, camponeses e membros das classes mais baixas. O realismo, a ousadia, a originalidade com que representava cenas religiosas levou à rejeição da obra pelo clero. A versão finalmente aceite de S. Mateus e o Anjo data de 1599. As primeiras versões de O Martírio de S. Pedro e A Conversão de S. Paulo, pintadas na capela de Santa Maria del Popolo em 1600, foram igualmente rejeitadas. A irreverência que caracterizava a sua obra fazia igualmente parte do seu carácter. Turbulento e desordeiro, viu-se obrigado a fugir à justiça em 1606, partindo para Nápoles. O seu périplo, assinalado por disputas e vinganças, conduziu-o de Nápoles a Malta, depois à Sicília e novamente a Nápoles, onde foi gravemente ferido. Acabou por morrer, em 1610, num pequeno porto toscano com um ataque de malária, contraída durante uma passagem pela prisão local, vítima de um mal-entendido. As últimas obras, realizadas em Malta e na Sicília, acentuam a simplicidade das formas e o poder dramático criado pelo contraste entre a luz e sombra. A sua influência é sobretudo assinalável nos artistas flamengos e holandeses, o que inclui Rubens e até Rembrandt e os pintores da escola de Utrecht.
Informação recolhida pela Sarah Lemonnier do 11º k

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Quem não lê, não quer saber; quem não quer saber, quer errar."
Padre António Vieira (1608 - 1697)

A Companhia de Jesus


Retrato de Padre António Vieira, autor desconhecido, século XVIII
Companhia de Jesus

A 15 de Agosto de 1534, acompanhado de seis discípulos, Inácio de Loyola, espanhol, figura de grande dimensão espiritual e humana, pronuncia em Montmartre (Paris) votos de pobreza e castidade, formando um novo instituto religioso, a Companhia de Jesus. Mais tarde, em Roma, submetem-se ao serviço da Santa Sé. O papa Paulo III aprova a nova Ordem em 1540, mediante a apresentação por Inácio do esboço de uma regra, designada Formula Instituti.
O lema da nova congregação é "defender e proteger a fé", visando-se o progresso espiritual dos fiéis. Para isso acentua-se o apostolado sacerdotal, caracterizado por uma grande mobilidade e capacidade de adaptação dos seus membros às contingências do mundo exterior. Para além dos três votos solenes (pobreza, castidade e obediência), alguns jesuítas pronunciam um quarto, o de obediência especial ao papa como chefe da Igreja e vigário de Cristo. Com uma hierarquia centralizadora, a Ordem é governada por um prepósito geral (cargo máximo dos jesuítas), eleito pela Congregação Geral, única e plena autoridade legislativa. A estrutura da Companhia é composta por noviços, coadjutores espirituais e professos.
A defesa da reforma católica por teólogos jesuítas no Concílio de Trento (1545-1563) demonstra bem o contexto da época em que nasceu a Companhia de Jesus: a Contra-Reforma católica em oposição à Reforma Protestante encetada por Lutero em 1527. Combater a Reforma e formar teólogos e padres capazes de combater as novas adversidades do século XVI são alguns objectivos que norteiam a aprovação papal das propostas de Sto. Inácio. Canisius e Acquaviva são alguns dos grandes nomes jesuítas desses tempos conturbados.
A Companhia consegue também delinear uma espiritualidade própria, com a contemplação no mesmo plano que a meditação, a par do exame de consciência. Criam-se, ao mesmo tempo, por toda a Europa e Índia, estabelecimentos pedagógicos da Ordem, gratuitos no início, direccionados quer para a formação do clero quer para a educação e apostolado dos jovens. Em 1600, contavam-se já 245 colégios; 444 em 1626.
A tarefa missionária dos Jesuítas é deveras importante, tal como o combate à Reforma Protestante e a reforma e instrução do clero. Várias missões são empreendidas pela Companhia em toda a América, especialmente nas colónias espanholas, no Brasil, e no Canadá francês (onde sucede o martírio de S. João Brébeuf em 1649).
Na América Latina, face à brutalidade dos colonos sobre os Índios e à constante mobilidade das populações, os Jesuítas concebem as chamadas reduções, áreas onde os nativos eram agrupados sem qualquer sujeição à apropriação por parte dos colonos. Os Jesuítas davam-lhes formação religiosa e instalavam-nos em aldeias geridas por um sistema comunitário no qual os Índios participavam. A maior delas, a República dos Guaranis, fundada em 1609 no Paraguai, durou 150 anos até ser destruída pelos colonos. Também na China os missionários M. Ruggieri (1543-1607) e Matteo Ricci (1522-1560) enraizaram um Cristianismo adaptado às tradições e cultura locais, experiência lúcida que contudo originou algumas discussões na Companhia de Jesus, acerca, por exemplo, da cristianização do culto chinês dos antepassados.
Também em Portugal, e nomeadamente na missionação, os Jesuítas desempenharam um papel de relevo desde a sua instalação em Lisboa em 1540. Tendo sido Portugal a sua primeira província e um dos balões de ensaio para a experiência apostólica da Companhia, rapidamente se radicaram e cresceram entre nós os Jesuítas, quer no continente quer no ultramar. Em 1600 eram mais de 600, com uma universidade, colégios, hospitais, seminários e asilos por todo o País, com os seus membros rodeando as mais altas figuras da Nação, sobre os quais exerciam enorme influência. O seu projecto e métodos de educação e ensino dominavam quase todo o ensino normal em Portugal. Combatiam também as heresias e os cristãos-novos, aliando-se a princípio à Inquisição e ao clero secular. Atingiram grande poderio e riqueza.
Na Índia e no Brasil empreenderam um esforço de missionação notável, assumindo-se como grandes difusores da cultura portuguesa e da nossa língua, para além da obra apostólica e artística. S. Francisco Xavier, José de Anchieta, Padre António Vieira, Manuel da Nóbrega, para além de muitos outros, missionários e exploradores, são algumas das figuras cimeiras dos Jesuítas em Portugal.
O século XVII é marcado, na história da Companhia, por tentativas de reforma tendentes sobretudo a suprimir o carácter hierárquico da estrutura e o governo vitalício. Intrigas e cabalas são tentadas, com o papa a resolver as contendas. Tudo isto demonstra a vitalidade e o poder atingidos pela Ordem ao fim de um século de vida. Passada esta fase agitada, a Ordem conhece um desenvolvimento e expansão vigorosos.
Porém, o advento do Iluminismo, com as suas exigências racionalistas e a implantação de uma noção de Estado, origina mudanças de fundo na Companhia de Jesus. O seu sucesso e elevado número de colégios constitui, aos olhos dos seus velhos inimigos, um grande obstáculo à difusão dos ideais iluministas e das "luzes" da Razão.
Simultaneamente, fortes tensões desencadeiam-se no seio da Ordem, com a sua divisão em várias sensibilidades, o que dificulta a sua defesa das ofensivas do exterior, a cair já num plano político, com difamações e ataques violentos. A forte ligação dos Jesuítas ao papa constitui um dos alvos preferenciais dos enciclopedistas e filósofos nos ataques à Companhia.
Neste clima agressivo, a Companhia mantém a sua actividade cultural e educacional, a par do apostolado. O grande monumento de erudição hagiográfica - as Acta Sanctorum - é publicado em 1643 por Jean Bolland.
Contudo, o século XVIII constitui o cenário de uma maior amplitude e gravidade no conflito entre os Jesuítas e o mundo intelectual da época. Começam, então, as expulsões da Companhia em vários países, cada vez mais influenciados por governantes "esclarecidos" (homens das "Luzes"). A primeira de todas ocorre em Portugal, em 1759, culminando uma perseguição por parte do Marquês de Pombal. Luís XV, em França, em 1764, condena a Ordem como "contrária ao direito natural". Em 1767, são expulsos de Espanha por Aranda, ministro de Carlos III. O golpe final será dado pelo papa Clemente XIV, que suprime a Companhia, em1773, da Igreja Católica.
Porém, alguns conseguem refugiar-se na Rússia, apoiados por Catarina II, mantendo viva a chama do projecto de Sto. Inácio de Loyola. Daí se espalham novamente pelo mundo a partir de 1814, quando o papa Pio VII restaura a Companhia. De 600 membros nessa data, o seu número nunca mais pára de crescer, tornando-a na maior Ordem religiosa católica (36 000 em 1974), mau grado outras perseguições de que é alvo, como em França (1905), no México, na Alemanha (nas Guerras Mundiais) e na Espanha (na Guerra Civil).
Em 1833 as missões são reiniciadas, graças ao vigor do prepósito geral Roothaan, partindo da Europa para as regiões missionárias tradicionais, adaptando-se, vigilantemente, às condições locais. A América foi uma das regiões privilegiadas, uma vez mais, como também a Índia e o Extremo Oriente, regiões donde provêm, actualmente, muitos dos efectivos da Companhia, que conta actualmente cerca de 24 000 em mais de 120 países. Portugal é um desses países, o mais antigo mesmo, pois foi entre nós que se fundou a primeira província (1546) da Companhia e um dos seus primeiros colégios (Colégio de Sto. Antão, em Lisboa), para além de um dos companheiros mais chegados de Sto. Inácio ser português, o Pe. Simão Rodrigues. Aqui se escreveram também muitas das páginas mais importantes da história dos Jesuítas, para além da contribuição, entre outras, por eles dada para a arquitectura portuguesa (como noutros países do sul da Europa), nomeadamente no que concerne ao denominado "estilo jesuítico", expressão própria do barroco, que eles ajudaram a difundir. A Companhia foi restaurada em Portugal no século XIX pelo Pe. Carlos J. Rademaker, no Colégio de Campolide.
In Infopédia. Porto Editora, 2003-2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Anúncio Publicitário

A propósito da presença do Inglês nos slogans de muitas marcas, referimos na aula que em muitos produtos é essencial utilizar a Língua Materna para abranger todas as camadas sociais.

http://www.youtube.com/watch?v=ycv09hF1L8w

Texto Publicitário

AS FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

INFORMAÇÃO – recolha e tratamento de dados;
– garante a liberdade de expressão.
PERSUASÃO – ligado ao controlo social, isto é, as actividades colectivas e sua organização.
EDUCAÇÃO – ligada à herança cultural; a informação tem de ser fiel aos seus objectivos para poder fomentar a curiosidade pelos problemas; a educação leva à compreensão e à tomada de consciência dos cidadãos.
SOCIALIZAÇÃO – destina-se a facilitar a participação dos homens na vida pública. A difusão das informações leva à interacção social e consequente participação activa na solução dos problemas.
DISTRACÇÃO – Tempos livres; tem a ver com o contexto cultural e desenvolvimento económico dos indivíduos.

O TEXTO PUBLICITÁRIO

A publicidade “exprime, difunde e reforça a ideologia da sociedade de consumo” porque tende a fazer comprar por todos o mesmo produto, destrói a originalidade de cada um para os tornar semelhantes pela compra; porque se interessa apenas pelo objecto, reduz o “ser” do homem ao “ter”.
Assim, massifica, aliena, manipula, utilizando de forma indiscriminada e nunca inocente as mais diversas motivações com um único objectivo – tornar o consumidor vulnerável para a aquisição do objecto, despojando-o do sentido crítico, da individualidade, da capacidade de optar segundo os seus gostos, vontades e necessidades reais.
Para tal, não hesita em recorrer ao erotismo, violência, conceitos machista e/ou racistas.

Marketing – o estudo das actividades comerciais que, a partir das necessidades e da psicologia do consumidor, dirige os produtos, adaptando-os (por exemplo, a cor de uma embalagem) para o seu melhor mercado.

A publicidade está ligada aos media por um duplo aspecto; é, em si própria, um meio de difusão de massa, desempenha uma influência notável sobre os outros media que utiliza.
Considera-se:
quem diz – a publicidade como profissão/organização e a sua história;
o quê – a mensagem publicitária;
a quem – o objectivo da publicidade, o seu público;
como – a execução da campanha publicitária e os seus mecanismos psicológicos;
com que efeito – o efeito da publicidade (económico, sociológico, ...)

1. SLOGAN – palavra escocesa; é um grito de guerra lançado por uma marca durante as campanhas publicitárias.
· Proclama o aspecto do produto que é importante.
· Tem a ver com o período da publicidade sensível à atenção, ao choque e memorização (curto, penetrante).
· Usa aliterações, jogos de palavras, frases célebres.

2. FUNÇÃO DA PUBLICIDADE – seduzir, fazer escândalo, argumentar.
Deve atrair o tempo necessário para conservar a atenção do consumidor.
O domínio da imagem (elementos gráficos, icónicos).

3. MENSAGENS DA PUBLICIDADE
1ª - mensagem literal ou denotada (é o que se vê em 1º lugar);
2ª - mensagem associada ou conotada (o conjunto de sentidos mais longínquos); encontra-se difusa em toda a imagem, não é analógica, mas sugestiva. A ligação entre significante e significado que passa pelas associações características da cultura de massa;
3ª - mensagem declarada ou referencial (é a marca ou o próprio produto).
4. OBJECTIVOS DA PUBLICIDADE:

A (atenção) I (interesse) D (desejo de comprar) [M (memorização)] A (acção de comprar)

5. TÉCNICA DA PUBLICIDADE
Meios: televisão, internet, rádio, imprensa escrita, inscrições, cartaz, slogan, ↓ anúncio, folheto, catálogo, acção pessoal (relações públicas),…
Mensagem: linguagem do cliente, palavras-cheias e facilmente memorizáveis, ↓ concisão, dinamismo.
Comunicar → informar → convencer

6. SENTIMENTOS NA PUBLICIDADE: afectividade, ambição, amor-erotismo, vaidade, curiosidade, felicidade, gula, humor, prazer,…

7. A MULHER E A PUBLICIDADE
Duas qualidades são atribuídas e exigidas: deve ser bela no ser e útil no fazer.
Beleza: cosméticos, perfumes, tratamentos de perda de peso, roupa, sapatos, fatos-de-banho. A figura perfeita que deve agradar aos homens.
Utilidade: esposa-mãe tradicional. Preocupação (neurótica) de limpeza, chão brilhante, roupa super-branca, competição com vizinhas e amigas.
(Anúncio de casamento: homem oferece carro, casa, boa situação social e económica. Boa apresentação, afectividade e educação. Mulher, exige-se educação, boa dona-de-casa, honesta, séria, boa apresentação, simpática, simples, afectiva, alegre.)

8. PUBLICIDADE COMO AGENTE E COMO ESPELHO SOCIAL
Agente porque molda os gostos e opiniões e produz parte da ideologia.
Espelho porque, para reproduzir os efeitos desejados, tem de jogar com as tradições, mitos e referências culturais, religiosas e afectivas dominantes na sociedade (no agregado social).

MARCAS DA LINGUAGEM PUBLICITÁRIA
- Predomínio da função apelativa; abolição da sintaxe;
- monopólio da palavra; tautologia;
- hipérbole; discurso totalizante de pormenores;
- paradoxo da conjunção dos incompatíveis ou identidade dos contrários;
- ausência de verdade ou falsidade.

TIPOS DE PUBLICIDADE
· Privada (automóveis, perfumes,...)
· Colectiva (sem marca específica – os ovos)
· Associativa (centro comercial)
· Comunitária (educativa, anti-álcool, sida, rodoviária)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
· Valor publicitário (atenção do consumidor, compreensão, credibilidade, interesse).
· Valor estético (imagem, texto).
· Valor moral (persuasão ou não, benéfico ou nocivo).
· Valor cultural (museus, outros anúncios).

Para realizar um trabalho:
Analise o seguinte anúncio publicitário, tendo em conta:
- os campos que ele abrange,
- a(s) mensagem(ns) que transmite,
- os meios a que recorre,
- os objectivos que pretende,
- os sentimentos que desperta,
- a linguagem que utiliza,
- as funções da linguagem.

(campos de análise: sinta-se 8x4; faça férias portuguesas; nasce leve e pura, bebe-se pura e leve, novo isqueiro bic, a sua mão sentirá a diferença; a 140 Km/h vai-se mais depressa num Renault Laguna; 3 lâminas numa; Petróleo de Portugal ao serviço dos Portugueses.)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Texto Argumentativo

Textos de estrutura complexa (resultam da necessidade de informar, mas também de seduzir, convencer):
· Textos de crítica de espectáculos, de exposições.
· Dissertação (confrontação e refutação).
É necessário expor o assunto, argumentar sobre e defender uma opinião.
Exige a estrutura do comentário:
- introdução │ (articuladores
- desenvolvimento │ do
- conclusão │ discurso)
O assunto deve ser delimitado e equilibrado para que a argumentação não se torne longa, difícil e com imprecisões.
TEXTO INFORMATIVO – EXPOSITIVO
Tem a finalidade de transmitir informações e indicações que digam respeito a factos concretos e referências reais. É bastante objectivo e é capaz de apresentar e explicar assuntos, situações e ideias. No tratamento de um texto informativo-expositivo merecem atenção os factos, a sequência lógica ou cronológica, a explicação e a justificação baseada em documentos.
Na contracção do texto, interessam a apreensão das ideias essenciais e a compreensão da sua estrutura lógica.
TEXTO EXPOSITIVO – ARGUMENTATIVO
Procura defender uma tese, apresentando dados e observações que a confirmem. Deve expor com clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião sobre o tema.
Este discurso, onde se valoriza a capacidade de apreensão, de construção e de expressão de argumentos, é constituído por uma ideia principal confirmada por dados e razões que defendem a opinião emitida. Consente, por isso, a possibilidade de se polemizar em torno de uma questão e de se recorrer a outros referentes como suporte da estratégia de argumentação.
Sugere-se que na sua construção se procure ser concreto e objectivo, evitando pormenores desnecessários, que se faça a apresentação de raciocínios correctos e claros, incidindo no que é importante e que se evite a utilização de argumentos pouco explícitos.

TEXTO ARGUMENTATIVO

· Partes constitutivas do texto argumentativo:
Tema – assunto;
Tese – opinião defendida e outras teses possíveis
Argumento – provas utilizadas para defender uma tese e invalidar as outras.
Exemplo – casos concretos que sirvam para ilustrar o argumento.
· Tipos de raciocínio:
Raciocínio dedutivo – vai-se do geral para o particular.
Raciocínio indutivo – parte-se de exemplos particulares para formular uma lei geral.
Raciocínio concessivo – concede-se uma parte à tese contrária com o intuito de reforçar a nossa posição.
· Tipos de argumento:
Argumento “a contrario” – mostra que a tese contrária leva a consequências absurdas
Argumento de autoridade – opinião de uma personalidade digna de crédito
Argumento “ad hominem” – ataque à personalidade do adversário
· Objectivos deste tipo de texto:
Delectare – movere – docere
Delectare > mouere > docere
Agradar – seduzir – atrair > agitar, pôr em movimento > Ensinar
· Por isso é importante cativar o auditório:
Captatio benevolentiae Emocionar, impressionar,
Perturbar, levar a

Estrutura do texto argumentativo:
Introdução
Exposição do tema;
Enunciação do ponto de vista que se vai defender e como se vai fazê-lo
Desenvolvimento
· Argumentos a favor e contra
· Exemplos
· Referência a autores, experiências ou estudos
Conclusão
· Reforço do ponto de vista
· Síntese
· Antecipação do que vai acontecer
· Formulação de um apelo motivador
Fases da produção do texto
· Estudar o tema ou o assunto;
· Construir um plano
· Redigir o texto
· Rever e aperfeiçoar o texto;
· Decidir a forma de apresentação do texto em função do objectivo pretendido.


Textos de estrutura simples (resultam da contracção de outros textos):
· Contracção de texto informativo-expositivo e expositivo-argumentativo.
· Resumo do texto de opinião.
· Síntese do texto expositivo-argumentativo.
· Relatório.

O RESUMO
Procura exprimir apenas o assunto essencial.
Apenas se devem reproduzir as ideias essenciais que o autor exprimiu. Não deve ultrapassar ¼ da extensão do original.
Para se fazer um resumo de opinião, convém fazer o levantamento da ideia central e das opiniões que veicula e destacar as articulações entre as várias ideias.
(O resumo exige 2 ou 3 leituras do texto.)
A SÍNTESE
Embora se aproxime do resumo, pode assumir um carácter mais apreciativo.
Deve ter cerca de 1/3 do original.
Para se fazer a síntese, é preciso detectar a tese defendida com os dados que suportam a sua validade.
A construção de um parágrafo expositivo-argumentativo pode ser a solução para fazer uma síntese.
O RELATÓRIO
É uma exposição escrita de factos, mas acrescenta elementos de análise e de apreciação crítica.
É o documento final de um trabalho, apresenta uma informação que deve ser global e coerente, capaz de permitir tomar decisões correctas. Daí ter de ser elaborado com cuidado, clareza e exactidão.
Deve ter 3 partes:
1. introdução e um sumário onde se dão indicações sobre o objecto e as finalidades do relatório, a sua ideia central e principais subdivisões;
2. desenvolvimento ou corpo do relatório, onde, numa sequência lógica haverá uma parte descritiva com os assuntos, o contexto e possíveis experiências; uma parte crítica com uma análise dos factos através de argumentos precisos, e uma parte conclusiva com a enunciação dos resultados e as conclusões a que se chegou;
3. incluem-se os apêndices com as notas, referências com as notas, referências e ilustrações do conteúdo central.
No início deve haver uma página com informações sobre: título, autor, data, e outra página com o índice.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O início do ano lectivo...

Júlio Pomar, Pássaro

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Véspera de eleições. Tempo para meditar...

http://www.youtube.com/watch?v=6sBueXRnEZ4

Em Português


Costa Pinheiro, O Chapéu de Fernando Pessoa

Em boa companhia


Vieira da Silva, Bibliothèque en feu