domingo, 10 de janeiro de 2010

O Romantismo em Portugal - As Lutas Liberais

Após a morte de D. João VI em 10 de Março de 1826, D. Pedro, legítimo herdeiro do trono de Portugal, sendo detentor da Coroa imperial brasileira, era considerado um estrangeiro, o que, pelas leis então vigentes quanto à sucessão, o tornava inelegível para o trono português.
A regência, nomeada em 6 de Março de 1826, apenas quatro dias antes da morte do rei, na pessoa da infanta D. Isabel Maria, declarou-o rei de Portugal. A situação, porém, não agradava nem a portugueses nem a brasileiros. Em Portugal, muitos defendiam a legitimidade do trono para D. Miguel, irmão de D. Pedro.
D. Pedro procurou uma solução conciliadora. Assim, após outorgar a Carta Constitucional a Portugal (29 de Abril de 1826), abdicou a favor de sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de esta desposar o seu tio D. Miguel e de este jurar a Carta.
D. Miguel não só celebrou os esponsais com a sobrinha como jurou a Carta Constitucional outorgada por seu irmão. Porém, decorrido pouco tempo, faltou ao compromisso assumido, nomeou um novo ministério, dissolveu as Câmaras em Março e, convocadas as cortes à maneira antiga, foi proclamado, pelos três estados do reino, rei absoluto.
Foram então sufocados os focos de reacção antimiguelista. Os liberais emigraram em massa, e os que ficaram foram alvo do terror miguelista. Foram presas ou degredadas milhares de pessoas, e muitas sumariamente executadas.
Os exilados, após reunirem-se na Ilha Terceira, sob os auspícios de D. Pedro, seguiram para o norte do País. Desembarcaram no Pampelido em 8 de Julho de 1832, e daí seguiram para o Porto, onde sofreriam um longo e penoso cerco. Tinha assim início uma guerra civil que se prolongaria por dois anos (1832-1834) e que levaria ao trono D. Maria II.(...)
Após o desastroso cerco do Porto e a derrota da Asseiceira (16 de Maio de 1834), o exército miguelista retirou para o Alentejo diante do avanço de Saldanha e do duque da Terceira.
D. Miguel, apercebendo-se da fragilidade do seu exército, fruto das baixas e das deserções, reuniu um Conselho em Évora (23 de Maio), em que deliberou pedir um armistício aos liberais. O general Azevedo e Lemos, comandante dos absolutistas, interpelou os generais Saldanha e Terceira com o intuito de serem discutidas as condições. Saldanha e Terceira fizeram-lhe saber que D. Pedro não aceitaria qualquer proposta que não fosse a rendição incondicional. Acrescentaram ainda que as suas tropas continuariam a avançar em direcção a Évora, onde estava estacionado o exército miguelista, até que este se rendesse. D. Miguel, vendo-se incapaz de prosseguir a guerra, aceitou a rendição nos termos que ficaram definidos na Convenção de Évora-Monte.
in Infopédia, Porto Editora. Informação recolhida pelo Diogo Branco do 11ºk

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